quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Sacode - ( Para Victtoria Rossini)
Por vezes preciso que alguém venha ao pé de meu ouvido e grite.
Não me pergunte por onde andei.
Não vou lhe contar. A única coisa que posso dizer-te é que estive tentando curar feridas que não cicatrizam. Mas agora já não me apetece mais cutucá-las. Deixarei engavetadas. Se algum dia me cativar abro uma por uma e as liberto.
Então, se por acaso em meus devaneios, vier a chorar não te espantes porque minha lágrimas outrora doloridas haverão de ser alegres.
- Estava sentada junto a figueira quando o vi pela primeira vez.
Seu andar denunciava uma preocupação. Passos firmes e ligeiros. Andava de um lado para o outro com um livro na mão e na outra um cigarro, era um rato de biblioteca. Barba por fazer, roupa surrada, sapato gasto... Um ogro maravilhoso.
Fiquei lá, embasbacada olhando para aquela figura notória imaginando o que passava em seus pensamentos, no porquê daquela ansiedade toda... Levante bruscamente e fui em sua direção disposta a cumprimenta-lo sem delongas. E foi o que fiz.
Só não contava que no caminho algo insesperado ia acontecer.
Ele esperava sua amante.
Um beijo longo e demorado, de afecto, de amor.
Recuei.
Baixei minha cabeça e voltei ao pé da figueira, voltei ao diário, onde lá podia desbravar minhas emoções.
Voltei durante semanas naquele lugar, nunca mais o vi. O que restou foi um esboço que fiz de sua sombra em minhas escritas cujo às vezes folheava para não esquece-lo.
Era uma vez um Ogro Dourado.
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;))
ResponderExcluirVc foi gentil, ele era dourado ;))
Obrigada pelo carinho e por ouvir meus gritos ;))
Não gosto muito de poesia formal, sonetinhos agua com açucar rsrs E tua poesia é livre, sofrida ,natural, e nisso esta a beleza dela.
Quando começar a postar , vai notar que tem muita gente como vc, q sofre, sente profundamen te, mas não sabe expressar...Fale e seja a porta-voz dos que declaram abertamente: CARALHOOO O QUE QUE EU TO FAZENDO AQUI??? HAHAHAHA
bjs amada inspiração