domingo, 31 de janeiro de 2010

Sem Querer

- Foi uma maneira de dizer! -disse ele, com a testa franzida, olhando para o lado.

- Então da próxima vez, diga sem maneiras! – disse ela, com uma mão na cintura e outra apontando para ele.

Foi a última vez que se viram.
Depois disso a vida era só procurar, sem querer.
Ela ia para o bar e sem querer o encontrava.
Ele ia para a livraria e sem querer o encontrava.
E o sem querer por muito tempo permaneceu.
Sem querer cruzavam os carros no sinal, sem querer almoçavam no mesmo restaurante.
Sem querer se encontravam no teatro, sem querer faziam compras no mesmo supermercado.

Era tudo um sem querer.


E a cada sem querer ela sentia um frio na barriga
E a cada sem querer ele suava as mãos
Ela passava a mão nos cabelos
Ele sorria timidamente

Até que um dia em uma tarde ensolarada de domingo
O sem querer deu as caras novamente
E ambos descobriram
Que o sem querer
Chamava-se, destino.

- Ainda com maneiras?
- Sim, vou dizer-te de todas as maneiras, todo amor que tenho por você.

* Danado esse sem querer. Ele age e molda quando menos esperamos, não é mesmo, seu fulano?

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